Ritmos

Caboclinhos -  Dança indígena com influência da cultura ameríndia onde os participantes se enfrentam ao som de flautas (pifes)  ou gaitas. O ritmo de seu bailado é mais alegre e vibrante que o das tribos meramente carnavalescas do Estado. O arco-e-flecha servem como instrumento musical, impondo ritmo à dança. As apresentações não se restringem ao período do Carnaval. No RN, o grupo mais conhecido é o de Caboclinhos de Ceará Mirim. Sua indumentária (túnica e calças compridas, guarnecidas de uma tanga do mesmo tecido) assemelha-se à dos antigos blocos carnavalescos potiguares, particularmente à dos Democratas e Tenentes do Diabo, da cidade de Areia Branca. Entre duas filas de Caboclinhos (14 em cada cordão), movimentam-se as figuras centrais do folguedo: Presidente, Matroá, Pêros, Mingus, Porta-Bandeira e suas auxiliares. Os bailados executados são: Primeira Forma, Capão, Baiano Parte de Guerra, Lançadeira (dançada com cipós) e Despedida. (GURGEL, 1995).



Bambelô - Variação do Coco-de-Roda, o bambelô é um ritmo quente trazido pelos negros no período colonial. Ao longo dos anos sofreu visível influência do ritmo e coreografia do samba. A indumentária dos participantes é caracterizada por uma roupa de duas peças. Nos homens, calças brancas e blusão estampado; nas mulheres, saia estampada no mesmo padrão da blusa masculina e uma blusa branca decotada. Os homens usam chapéu de couro e as mulheres lenço branco na cabeça. Dançam em círculo batendo palmas, enquanto um ou dois participantes se exibem no centro. O acompanhamento musical é feito com tambores grandes, que recebem nomes característicos, e por um pequeno, denominado “chama” devido ao som agudo e estridente que desfere, ao ser percutido. Um grupo tradicional de Bambelô em Natal era o “Asa Branca”, de Severino Guedes, no bairro do Alecrim. Com a morte de Severino, o Bambelô não brincou mais, permanecendo inativo. (GURGEL, 1995).


Coco de Zambê - Também conhecido como Zambê-do-Pau-Furado ou apenas Zambê. Irmão de sangue do bambelô pois ambos tem suas origens no continente Africano e fazem parte do nosso folclore mais autêntico. O Grupo de Coco de Zambê é patrimônio vivo do povo potiguar, felizmente preservado pelo povo da comunidade de Cabeceira no município de Tibau do Sul. O próprio nome "zambê", ao que tudo indica, é uma corruptela de "Zumbi". Na dança, os tambores são reverenciados como deuses que conduzem os brincantes - por vezes, ao êxtase. O que torna o coco de zambê mais distinto de outras formas dançadas de cocos (como o coco de roda, o samba de coco, o coco de parelha, etc) é a sua forma de dançar, caracterizada por uma coreografia individual e composta exclusivamente de homens; assim como sua música, que apresenta uma estrutura rítmica bastante sincopada e letras com estrofes mais curtas se comparadas às outras variedades de cocos. Apesar de serem muitas vezes vistas como fenômenos separados, música e dança são elementos intimamente ligados.


Potiguares - Ritmo indígena executado por tambores e acompanhado por um agogô e uma flauta. Durante o seu solo, os indíginas evocam seus deuses e contam a história da chegada dos portugueses ao nosso estado. No Folia de Rua o ritmo recebe uma nova e moderna visão rítmica e coreográfica.